Para integrar a cadeia produtiva de trigo da Argentina com os moinhos do Brasil, a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) firmou um convênio com a Associação Argentina de Produtores de Trigo (AAPROTRIGO). Durante três anos, tempo de vigência da parceria, os triticultores argentinos vão cultivar de acordo com a necessidade dos moinhos do Brasil. Para isso, pequenos ajustes serão feitos na classificação do cereal. No entanto, a estimativa de produção de 9 milhões de toneladas de trigo na Argentina, para a safra 2009/2010, não será suficiente para atender a demanda brasileira. "Por isso, o País esta comprando nos Estados Unidos. Devemos, este ano, buscar mais do produto norte-americano", afirma Steve Cachia, analista da CerealPar.
De acordo com Cachia, os argentinos devem destinar à exportação apenas quatro milhões de toneladas. Dados da consultoria AFNews mostram que o Brasil deve importar 5,6 milhões de toneladas de trigo nesta safra.
Por outro lado, segundo Lawrence Pih, proprietário do Moinho Pacífico, o volume argentino, somado aos dois milhões de toneladas que Uruguai e Paraguai devem exportar são suficientes para atender a necessidade da indústria brasileira. "O Mercosul tem capacidade para atender o Brasil", afirma.
Para Hamilton Jardim, triticultor de Palmeira das Missões (RS) e presidente da comissão do trigo da Federação da Agricultura do Sul (Farsul), o convênio entre produtores argentinos e indústria brasileira deve alavancar a produção no país vizinho, além de gerar emprego e renda do outro lado da fronteira. "É lamentável. Os triticultores brasileiros fizeram de tudo para atender a indústria nacional", diz.
Segundo Jardim, as previsões climáticas indicam que a safra brasileira este ano será boa e com trigo de qualidade. O Paraná e o Rio Grande do Sul respondem por quase toda a produção nacional, projetada para esta safra em 5 milhões de toneladas.
Sérgio Amaral, presidente da Abitrigo, considera a parceria um caminho para reduzir as intervenções do governo federal para escoar safra. "Isso sinaliza também a necessidade de adequação do trigo brasileiro de acordo com classificação dos moinhos", diz.
De acordo com Amaral, outra vantagem da indústria com relação a parceria com os argentinos está na antecipação de dados de mercado. "Vamos acompanhar a produção, qualidade e volume do cereal argentino", diz.
A previsão de 9,6 milhões de toneladas na Argentina, segundo Jardim, é duvidosa. "Eles costumam esconder números", diz.
Estudo da Farsul aponta um cultivo de trigo na Argentina em 4,4 milhões de hectares, o que renderia 14,4 milhões de toneladas nesta temporada.
Segundo Pih, todos os anos os argentinos divulgam uma previsão de safra menor em uma tentativa de puxar preços. "Ele subestimam a produção para não ter queda de preço. A safra Argentina pode ultrapassar os 12 milhões de toneladas", afirma.
Ainda de acordo com Pih, a parceria do Brasil com a Argentina é mais uma carta de intenção de boa vizinhança. "A Argentina vai vender para quem pagar mais. A parceria é só no papel, não funciona", afirma.
De acordo com Amaral, a classificação do trigo para a indústria é de extrema importância para atender o consumo interno, já que existe uma nova dinâmica de produtos no mercado. "Na França, até mesmo o grão destinado para ração animal passa por classificação", afirma Ignácio Azcueta, vice-presidente da Confederação das Associações Rurais de Buenos Aires.
Fonte - DCI
De acordo com Cachia, os argentinos devem destinar à exportação apenas quatro milhões de toneladas. Dados da consultoria AFNews mostram que o Brasil deve importar 5,6 milhões de toneladas de trigo nesta safra.
Por outro lado, segundo Lawrence Pih, proprietário do Moinho Pacífico, o volume argentino, somado aos dois milhões de toneladas que Uruguai e Paraguai devem exportar são suficientes para atender a necessidade da indústria brasileira. "O Mercosul tem capacidade para atender o Brasil", afirma.
Para Hamilton Jardim, triticultor de Palmeira das Missões (RS) e presidente da comissão do trigo da Federação da Agricultura do Sul (Farsul), o convênio entre produtores argentinos e indústria brasileira deve alavancar a produção no país vizinho, além de gerar emprego e renda do outro lado da fronteira. "É lamentável. Os triticultores brasileiros fizeram de tudo para atender a indústria nacional", diz.
Segundo Jardim, as previsões climáticas indicam que a safra brasileira este ano será boa e com trigo de qualidade. O Paraná e o Rio Grande do Sul respondem por quase toda a produção nacional, projetada para esta safra em 5 milhões de toneladas.
Sérgio Amaral, presidente da Abitrigo, considera a parceria um caminho para reduzir as intervenções do governo federal para escoar safra. "Isso sinaliza também a necessidade de adequação do trigo brasileiro de acordo com classificação dos moinhos", diz.
De acordo com Amaral, outra vantagem da indústria com relação a parceria com os argentinos está na antecipação de dados de mercado. "Vamos acompanhar a produção, qualidade e volume do cereal argentino", diz.
A previsão de 9,6 milhões de toneladas na Argentina, segundo Jardim, é duvidosa. "Eles costumam esconder números", diz.
Estudo da Farsul aponta um cultivo de trigo na Argentina em 4,4 milhões de hectares, o que renderia 14,4 milhões de toneladas nesta temporada.
Segundo Pih, todos os anos os argentinos divulgam uma previsão de safra menor em uma tentativa de puxar preços. "Ele subestimam a produção para não ter queda de preço. A safra Argentina pode ultrapassar os 12 milhões de toneladas", afirma.
Ainda de acordo com Pih, a parceria do Brasil com a Argentina é mais uma carta de intenção de boa vizinhança. "A Argentina vai vender para quem pagar mais. A parceria é só no papel, não funciona", afirma.
De acordo com Amaral, a classificação do trigo para a indústria é de extrema importância para atender o consumo interno, já que existe uma nova dinâmica de produtos no mercado. "Na França, até mesmo o grão destinado para ração animal passa por classificação", afirma Ignácio Azcueta, vice-presidente da Confederação das Associações Rurais de Buenos Aires.
Fonte - DCI
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