sábado, 3 de julho de 2010

UE denunciará Argentina à OMC por limitar importações

A primeira rodada de negociações que buscam o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) terminou hoje, em Buenos Aires, com o anúncio oficial da UE de denunciar a Argentina à Organização Mundial de Comércio (OMC) por restringir as importações de alimentos europeus. "Na próxima semana vamos levantar esta questão junto ao Conselho de Mercadorias da OMC", comunicou o diretor-geral adjunto de Comércio da Comissão Europeia, João Aguiar Machado, durante entrevista à imprensa.
Durante os quatro dias de reuniões, Machado manteve encontros com os ministros argentinos de Agricultura e de Indústria, Julián Domínguez e Débora Giorgi, respectivamente, para discutir o problema. Machado pediu explicações aos ministros sobre a ordem do governo da presidente Cristina Kirchner aos importadores para não comprarem alimentos importados similares aos da produção nacional. "Nossa esperança é de que a partir de agora haja uma melhora na situação", disse ele.
A ministra Débora Giorgi, por sua vez, voltou a negar a existência das barreiras, as quais também chegaram a impedir a entrada de vários carregamentos de produtos brasileiros durante o mês de maio. "Reafirmo que não existe nenhuma trava de nenhum tipo à entrada de produtos da UE", disse a ministra à imprensa. Ela argumentou que "todas as medidas adotadas pelo governo argentino estão dentro do regulamento da OMC". Giorgi reconheceu, no entanto, que as acusações europeias podem interferir nas negociações comerciais com o Mercosul.
Para o chefe das negociações argentinas, embaixador Alfredo Chiaradía, secretário de Relações Econômicas Internacionais, a Europa está usando desculpas para não negociar a abertura de seu mercado ao Mercosul. Segundo ele, o lobby dos países produtores europeus é forte e não pretende que haja um avanço nestas negociações. "Há fortíssimas manifestações na Europa contra as negociações com o Mercosul", disse à Agência Estado. Os países europeus, continuou, "usam esse tipo de reclamação como uma forma de distração, para encontrar rapidamente desculpas para não negociar".
Fonte - Marina Guimarães - Agencia Estado

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