No G-20, o presidente afirmou que todos os países deveriam adotar a postura brasileira para o mundo não ir à falência
Seul. O modelo de estímulo ao consumo do Brasil deve ser seguido por outros países para garantir que o mundo saia de vez da crise, afirmou, ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Seul, na Coreia do Sul, no em um jantar da Cúpula do G-20, com os líderes das 20 maiores economias do mundo.
Num momento em que a grande preocupação da economia global é a demanda enfraquecida no mundo rico, e em que os países tentam se aproveitar do consumo alheio para aumentar suas exportações, Lula lembrou que o Brasil saiu da crise estimulando a economia interna. "Eu fui à televisão pedir para o povo comprar e disse que, se não comprasse, aí sim iria perder o emprego e a economia ia ficar ruim; o povo foi ao consumo, nós colocamos dinheiro para crédito, é isso que queremos que os outros países façam", explicou o presidente.
"Se os países mais ricos não estão consumindo a contento, o mundo vai à falência. Alguém precisa comprar; se todo mundo só quiser vender, como é que vai ficar o Ceará?", gracejou ainda Lula.
O grande problema, para ele, é a persistência do desequilíbrio de crescimento entre os países ricos e os emergentes "dinâmicos" - referência principalmente a China, Índia e Brasil. Enquanto estes se recuperaram rapidamente, os países avançados "não saíram propriamente da crise", segundo Lula, e se mantêm com fraqueza na demanda e no investimento.
Com a falta de mercados, há uma tentativa generalizada de desvalorizar as moedas, para aumentar vendas pela exportação. "A partir disso, temos algum conflito a ser administrado pelo G-20", afirmou o presidente.
Ele disse ainda "desconfiar" que os Estados Unidos têm o seu maior superávit comercial bilateral com o Brasil. "O presidente Obama tem que saber disso, que o maior superávit dele no mundo é com o Brasil; o que nós queremos é reciprocidade, que passe a comprar um pouco mais para que haja um equilíbrio na balança comercial de todos os países", afirmou.
Lula e a presidente eleita Dilma Rousseff foram recebidos pelo líder sul-coreano, Lee Myung-bak, que pediu o fortalecimento das relações entre o seu país e o Brasil para impulsionar as atividades econômicas.
Críticas aos EUA
Dilma criticou a política monetária americana, mas afirmou que a substituição do dólar por uma cesta de moedas como moeda de valor internacional, proposta na última quarta-feira pelo ministro da Fazenda Guido Mantega, é somente uma das "várias posições" que serão discutidas na cúpula do G-20. "Será uma questão de negociação. A melhor saída seria não haver a desvalorização do dólar, essa seria a solução", disse Dilma.
A presidente eleita ecoou o coro de países como Alemanha e China, que consideram uma desvalorização disfarçada a decisão americana de irrigar a economia com US$ 600 bilhões no próximos oito meses.
Questionada sobre o que o Brasil poderia fazer a respeito, Dilma recorreu à ironia: "Nós não controlamos, pelo que eu saiba, o Federal Reserve (banco central americano)".
Sobre a ideia de Mantega, Dilma lembrou que a proposta de uma cesta de moedas não é nova e que chegou a ser defendida pelo economista britânico John Maynard Keynes durante a Conferência de Bretton Woods, em 1944.
Crítica de Washington, Dilma não vê problemas no yuan chinês, constantemente acusado pelos EUA de estar artificialmente desvalorizado. "A moeda chinesa está vinculada ao dólar, e o dólar está desvalorizado, e essa é questão", acredita.
Fonte - D Internacional
Seul. O modelo de estímulo ao consumo do Brasil deve ser seguido por outros países para garantir que o mundo saia de vez da crise, afirmou, ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Seul, na Coreia do Sul, no em um jantar da Cúpula do G-20, com os líderes das 20 maiores economias do mundo.
Num momento em que a grande preocupação da economia global é a demanda enfraquecida no mundo rico, e em que os países tentam se aproveitar do consumo alheio para aumentar suas exportações, Lula lembrou que o Brasil saiu da crise estimulando a economia interna. "Eu fui à televisão pedir para o povo comprar e disse que, se não comprasse, aí sim iria perder o emprego e a economia ia ficar ruim; o povo foi ao consumo, nós colocamos dinheiro para crédito, é isso que queremos que os outros países façam", explicou o presidente.
"Se os países mais ricos não estão consumindo a contento, o mundo vai à falência. Alguém precisa comprar; se todo mundo só quiser vender, como é que vai ficar o Ceará?", gracejou ainda Lula.
O grande problema, para ele, é a persistência do desequilíbrio de crescimento entre os países ricos e os emergentes "dinâmicos" - referência principalmente a China, Índia e Brasil. Enquanto estes se recuperaram rapidamente, os países avançados "não saíram propriamente da crise", segundo Lula, e se mantêm com fraqueza na demanda e no investimento.
Com a falta de mercados, há uma tentativa generalizada de desvalorizar as moedas, para aumentar vendas pela exportação. "A partir disso, temos algum conflito a ser administrado pelo G-20", afirmou o presidente.
Ele disse ainda "desconfiar" que os Estados Unidos têm o seu maior superávit comercial bilateral com o Brasil. "O presidente Obama tem que saber disso, que o maior superávit dele no mundo é com o Brasil; o que nós queremos é reciprocidade, que passe a comprar um pouco mais para que haja um equilíbrio na balança comercial de todos os países", afirmou.
Lula e a presidente eleita Dilma Rousseff foram recebidos pelo líder sul-coreano, Lee Myung-bak, que pediu o fortalecimento das relações entre o seu país e o Brasil para impulsionar as atividades econômicas.
Críticas aos EUA
Dilma criticou a política monetária americana, mas afirmou que a substituição do dólar por uma cesta de moedas como moeda de valor internacional, proposta na última quarta-feira pelo ministro da Fazenda Guido Mantega, é somente uma das "várias posições" que serão discutidas na cúpula do G-20. "Será uma questão de negociação. A melhor saída seria não haver a desvalorização do dólar, essa seria a solução", disse Dilma.
A presidente eleita ecoou o coro de países como Alemanha e China, que consideram uma desvalorização disfarçada a decisão americana de irrigar a economia com US$ 600 bilhões no próximos oito meses.
Questionada sobre o que o Brasil poderia fazer a respeito, Dilma recorreu à ironia: "Nós não controlamos, pelo que eu saiba, o Federal Reserve (banco central americano)".
Sobre a ideia de Mantega, Dilma lembrou que a proposta de uma cesta de moedas não é nova e que chegou a ser defendida pelo economista britânico John Maynard Keynes durante a Conferência de Bretton Woods, em 1944.
Crítica de Washington, Dilma não vê problemas no yuan chinês, constantemente acusado pelos EUA de estar artificialmente desvalorizado. "A moeda chinesa está vinculada ao dólar, e o dólar está desvalorizado, e essa é questão", acredita.
Fonte - D Internacional
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